"Eu não tenho tempo". Quantas vezes no
mesmo dia escutamos essa expressão? Seja rico ou pobre; negro ou branco;
homo ou hetero; político ou médico; pedreiro ou marceneiro. Ninguém tem
tempo pra nada!!! Falta tempo pra dormir, pra relaxar, pra namorar, pra
fazer exercício, pra ler um livro, assistir um filme, pra encher a
cara, e, pasmem, até pra estudar.
Todo
mundo é ocupado demais, tem uma vida corrida demais. Mas será que somos
todos ocupados assim? Ou será que simplesmente não organizamos nosso
tempo? Ou ainda: será que essa falta de tempo não é uma criação de nossa
própria cabeça? Me sentir ocupado para me tornar ocupado. É como se
fosse um complexo. O complexo da ocupação. Se você tem (ou aparenta ter)
muitas tarefas, não será tido como desocupado. E se você não é (ou não
aparenta ser) desocupado, é uma pessoa que tem objetivos na vida, além
de um futuro promissor à sua espera. E afinal, quem não gosta de ser
visto como uma pessoa bem sucedida? Em suma: dizer que não tem tempo
para alguma atividade nos coloca na posição de vítimas do sistema. Na
posição de pessoas que vivem numa turbulência tão grande que não têm
tempo de desfrutar a vida. Entretanto, a dura verdade é que a "falta de
tempo" é uma desculpa socialmente aceitável (ao contrário da preguiça,
do desinteresse, da má-vontade e da desorganização) e, por isso,
costumeiramente utilizada por 99,9% da população brasileira. É apenas
mais uma das milhares de mentiras sociais que contamos por aí.
E já que você teve tempo para ler estas linhas, "the time is gone the song is over, thought I'd something more to say":
É... parecemos esquecer que o tempo é um dos bens mais preciosos que temos e que o desperdiçamos constantemente...
ResponderExcluirP.S.: aquele momento da TIME depois de "no one told when to run - you missed the starting gun" em que a guitarra rebenta...