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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pessoas...

De longe avistam e, sem se acercar ou analisar as minúcias do fato, já emitem seus juízos de valor; já disparam suas palavras à queima-roupa, descarregando suas armas de maldade.
Mo(a)ldam, criam, inventam. Basta a mínima sensação de insegurança, dúvida ou temor. É mais do que suficiente para dar dar um 'ippon' no próximo e 'delimitar' o seu espaço.
Defendem seus interesses, mesmo que estes sejam injustos, imorais e/ou ilegais. Não é conveniente ser justo e moral, afinal, "se o mundo não é justo, porque eu tenho de ser?"
Por pessoas assim estamos cada vez mais cercados. E pior, já começamos a achar tais atitudes normais, naturais. Só espero ter forças para continuar resistindo  a isso (ao invés de aderir ao 'movimento').

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Por que (não) cursar direito?


Por que (não) cursar direito? 
   A instauração de cursos jurídicos tornou-se um fenômeno que tomou conta do Brasil nos últimos anos. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, existiam, até outubro/2010, 1.240 cursos de direito no território nacional. No restante do mundo existem 1.100 cursos. O longo período em que a economia brasileira esteve em crise contribuiu sensivelmente para este cenário. Com a economia em baixa, muitas empresas fecharam as portas e, conseqüentemente, muitas áreas ficaram prejudicadas no mercado. Foi então que se apontou o Direito como a salvação para muitos brasileiros: jovens inseguros quanto à sua escolha profissional e profissionais de outras áreas afetados pelo contexto econômico. A promessa de empregos públicos estáveis, com boa remuneração e pouca carga de trabalho, passou a fazer parte dos sonhos de muitos brasileiros.
      Seduzidos pela possibilidade da vida em “sombra e água fresca”, milhares de estudantes correram para as faculdades de Direito, dando espaço à criação de mais cursos jurídicos, com o intuito de atender a essa demanda. O grande problema neste contexto é a falta de perfil e aptidão destes alunos para as carreiras jurídicas. Ao contrário do que se diz, gostar de Historia e Geografia do ensino médio não tem absolutamente nada a ver com a aptidão para o Direito. Também nada tem a ver com o repúdio pelas exatas. (Aliás, muitos juristas ostentam, com orgulho, o seu completo desconhecimento pelas exatas. O que é tão ridículo como seria se um engenheiro/matemático afirmasse com orgulho que não sabe ler). O jurista deve ter, primeiramente, gosto pela leitura. Mais do que em outras áreas, grande parte do conhecimento adquirido no Direito é feito através de leituras, que exercem papel basilar na formação de um bom profissional. O jurista deve estar disposto e apto a interpretar e compreender diversos tipos de linguagens: doutrinas, jurisprudências ou leis (ainda que mal redigidas). Deve ter um aguçado senso de justiça e carregar consigo o gosto pelo debate, bem como a capacidade de expor e contrapor seus argumentos, utilizando-se de retórica e, principalmente, de muita lógica. (Razão pela qual um bom jurista tem, em muitos casos, uma inclinação pelas exatas).
    Ainda segundo os dados do CNJ, o Brasil conta com quase 04 milhões de bacharéis em direito. Acompanhamos de perto a formação de diversos juristas que, nem de longe, atendem a esse perfil. Os dados revelam que existem 03 milhões de bacharéis não-inscritos na OAB. Há ainda tantos outros que, quando muito persistem, ingressam no serviço público e, sem a menor aptidão para o desempenho de suas funções, contribuem para o péssimo funcionamento destes órgãos. 
     Diante destes dados, não há dúvidas de que o mercado jurídico está saturado. A economia brasileira vive outros tempos. Novas oportunidades surgem a cada dia. É preciso derrubar essa “cultura” do concurso público e estimular as pessoas a buscar uma carreira em que consigam conjugar suas aptidões profissionais/pessoais com a questão da satisfação financeira.